Abade Afonso Luiz Constant, que, sob o pseudônimo de Eliphas Levy, foi um grande ocultista do século XIX, nasceu em Paris, a 8 de fevereiro de 1810 e faleceu na mesma cidade, a 31 de maio de 1875.
Eliphas Levy entrou na Ordem de São Francisco e aí, dispondo do imenso cabedal que lhe forneciam os manuscritos da biblioteca de seu convento, obteve os vastíssimos conhecimentos ocultos que, com tanta maestria, expõe em suas obras.
O mestre não foi, porém, apenas, um realizador pela palavra, pois muitos prodígios atestam seu profundo conhecimento das práticas ocultas.
Os ignorantes e os tolos que estudam o ocultismo e, modestamente, pretendem professá-lo, geralmente são vítimas dos elementos do astral e julgam que a Magia consiste em fazer as mesas se moverem ou ir em corpo astral à casa de uma namorada.
Os fenômenos de realização mágica que se reproduzem ao redor daquele que está ligado a uma iniciação tradicional, isto é, que tem sua cadeia constituída no invisível, são menos ruidosos, porém muito mais sérios.
Todo desejo intenso se realiza com certeza, em pouco tempo, para o magista, como temos experimentado amiudadas vezes.
O mestre escreveu: “A pobreza é quase sempre mais útil aos homens que as riquezas e, todavia, quantas vezes experimentamos a onipotência do imã universal que satisfaz todas as necessidades e realiza todos os desejos do adepto, quando não são desregrados? Chegamos a ponto de recear, como no conto infantil dos Três Desejos, de deixar es capar, sem ter refletido, a expressão vaga de um desejo. A ciência nos traz seus livros esquecidos ou perdidos, a Terra exuma para nós seus velhos talismãs. A riqueza, com as mãos cheias de ouro, passa diante de nós e diz, sorrindo: Toma tudo o que precisares. Nossa residência é um palácio, nossa vida é uma extensa festa, e ainda encontramos homens ingênuos que nos dizem, abanando a cabeça: -Prova-nos, pois por milagres o poder de tuas doutrinas!”
Eliphas Levy faleceu tranquilamente, em sua residência, a 31 de maio 1875, deixando numerosos discípulos e continuadores de sua obra.